A pandemia causada pelo novo Coronavírus (Covid-19) vem mudando a realidade em muitos setores da economia, principalmente do setor funerário, que teve se adequar a nova realidade para dar conta de tanta demanda.
Sendo assim, todos nós sabemos que a pandemia sobrecarrega o setor funerário no Brasil. Justamente porque o número de mortos em decorrência da pandemia, apesar de estra em queda com o início da vacinação, ainda é muito alto em nosso país.
Par atender a demanda, as funerárias têm realizado velórios mais curtos e enterros noturnos. As empresas tentam dar conta do maior volume de sepultamentos para que não haja um colapso no setor.
Enfim, para ficarmos mais dentro desse assunto, no texto de hoje falaremos sobre os detalhes mais importantes sobre a sobrecarga do setor funerário brasileiro. Confira a seguir mais informações!
O grande aumento no número de mortos em 2020 e 2021
O aumento no quantitativo de mortes no Brasil ocasionadas pela Covid-19 no início do ano pressionou o setor funerário em todo o país a se adequar à nova realidade. As empresas do setor funerário tiveram que rever procedimentos e rotinas para dar conta de uma demanda bem maior que o habitual.
A pandemia sobrecarrega o setor funerário no Brasil e, em 2020, o número de mortes no país cresceu 14,96% em relação ao ano anterior. De acordo com os dados da Arpen (Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário) foram 1,45 milhão de mortos contra 1,26 milhão em 2019.
2020 foi o ano que mais morreu pessoas na história do Brasil de acordo com os dados do consórcio de imprensa, sendo que foram registrados 194.976 óbitos decorrentes do novo Coronavírus até o dia 31 de dezembro de 2020. Foi também registrado aumento no número de mortes em todas as 27 unidades da federação, variando de acordo com o estado.
De todos os estados, apenas cinco registram aumento menor que 10%. Em contrapartida, oito estados tiveram aumentos acima de 20%. Contudo, nos dois primeiros meses de 2021, muitos estados tiverem um grande aumento no número de mortes em comparação ao ano anterior.
De acordo com dados da Arpen, no estado do Amazonas, por exemplo, o aumento foi de 195,81% na quantidade de mortes na comparação com janeiro e fevereiro de 2020, antes do período de pandemia. O aumento registrado no mesmo período por Rondônia foi de 124,02%.
Entretanto, mesmo o ao de 2020 tendo um grande aumento no número de mortos, infelizmente, os piores índices diários e semanais de mortes por covid-19 no Brasil ocorreram a partir de março de 2021. Contudo, esses números têm diminuídos após a chegada das vacinas.
Mudanças no tempo e horário dos velórios
A pandemia sobrecarrega o setor funerário no Brasil. De acordo com a Associação Brasileira de Empresas e Diretores do Setor Funerário (Adredif), desde o início, as funerárias vêm lidando com aumento de 25% no número absoluto de sepultamentos.
Por isso, as empresas do setor funerário tiveram que se adaptar a nova realidade e para isso, algumas suspenderam as férias dos funcionários, outras contrataram mais pessoas.
Os velórios tiverem seus tempos de duração encurtados para, no máximo, quatro horas. Antes os velórios podiam durar até 24 horas. Com isso, as salas que eram ocupadas por um dia inteiro por apenas um funeral, hoje pode ser usada para três cerimônias, por exemplo.
Devido o caos no setor funerário, a Abredif emitiu um comunicado às funerárias, solicitando que elas aumentem os estoques de materiais como urnas (caixões), máscaras e luvas. A associação pediu ainda que as empresas levem em consideração as capacidades dos cemitérios em realizar vários sepultamentos ao mesmo tempo.
Os cemitérios do estado de São Paulo se preparam para realizar enterros noturnos. Para isso, foram instaladas torres de iluminação em várias unidades da capital paulista.
Existe o risco de colapso no sistema funerário?
Mesmo com o grande aumento de mortes em decorrência da pandemia do novo Coronavírus no Brasil, a possibilidade de um colapso funerário não é algo imediato. De acordo com Panhozzi, diretor da Abredif, só aconteceria se os cemitérios não conseguissem realizar os todos os sepultamentos necessários, devido o grande número de pessoas mortas.
Ele informou ainda que mesmo com a sobrecarga de trabalho, as empresas funerárias possuem condições de lidar com todo esse aumento no número de mortes em decorrência da Covid-19.
Ainda de acordo com o representante das funerárias, estima-se que mais de 300 mil pessoas possam morrer pela pandemia em 2021, chegando a bem mais de 500 mil mortes ao todo no país até o fim do ano. Vale ressaltar que esse número que já foi ultrapassado.
Esses números divulgados são usados como parâmetro para avaliar as condições do setor em lidar com todo o volume de mortes e sepultamentos. Sendo assim, ao atingirmos os 500 mil mortos, o setor funerário brasileiro está no seu limite.
As imagens da pandemia da Covid-19
A pandemia sobrecarrega o setor funerário no Brasil, como dissemos. E isso causa filas e desespero. O período de pandemia está sendo marcado por imagens de cemitérios trabalhando de forma intensa para dar conta de enterrar tantas pessoas.
Os terrenos cheios de covas abertas à espera de caixões marcaram esse período de forma triste e aterrorizante. Para se ter uma ideia da dimensão desse problema, a média diária de sepultamentos em abril de 2020, em Manaus, era de 100. O que levou a medidas extremas, como o sepultamento em vala comum no Cemitério Nossa Senhora de Aparecida, que é o principal cemitério do estado do Amazonas.
Os enterros eram realizados tanto durante o dia quanto durante a noite. Contudo, esse número voltou a crescer entre o fim de 2020 e o começo de 2021, passando de 6 sepultamentos em 14 de dezembro, para 88 em 14 de janeiro.
Já no mês de março de 2021, a impressa deu destaque aos relatos de que Belém estava passando por estado de calamidade pública, devido ao grande número de mortes.
De acordo com o Jornal Estado de S. Paulo, centenas de corpos eram retirados de um caminhão frigorífico e colocados amontoados no chão para esperar o sepultamento. Foi mostrado na TV aberta carros funerários com corpos de vítimas de Covid-19 esperando em uma fila na porta do Cemitério Municipal Jardim da Saudade.
Segundo Panhozzi, esse tipo de situação poderia ter sido evitada se houvesse um planejamento bem elaborado dos serviços municipais, pois o serviço funerário da cidade estava despreparado.
Todos os corpos eram liberados ao mesmo tempo do hospital, não havendo uma ordem, o que sobrecarregou o sistema funerário local.
O diretor da Abredif disse ainda que ninguém poderia ficar sem ser sepultado, pois pessoas carentes possuem os mesmos direitos que qualquer outras pessoas. Aliás, pessoas de baixa renda devem ter o direito de serem sepultadas de forma gratuita, concluiu.