São muitos os relatos de pessoas que apresentam uma melhora clínica súbita e de estado de consciência antes de morreram. Essa melhora antes da morte acaba possibilitando uma despedida dos familiares e amigos. Mas, será que isso é um mito ou existe explicação cientifica para isso?
É sobre esse assunto que falaremos no texto de hoje, confira!
O que dizem os especialistas sobre esse assunto?
Os especialistas afirmam que isso pode até acontecer, mas não é uma regra. Algumas pessoas passam por isso em vários tipos de enfermidades diferentes, porém, isso não é considerado como um relato científico.
É fato que esse fenômeno ocorre com muitas pessoas, que geralmente apresentam uma boa melhora no seu estado de saúde antes de morrerem. Esse fenômeno é conhecido popularmente de “melhora da morte”.
A lucidez terminal
O termo usado pelos médicos em relação a melhora antes da morte é lucidez terminal. Esse termo foi descrito pelo inicialmente no século XIX em pessoas que tinham demência, ou seja, em pacientes que apresentavam doenças neurológicas ou psiquiátricas.
A essa melhora também era observada em pacientes com esquizofrenia, que um determinado momento se mostravam mais lúcidos em seguida morriam. Outros casos também relatados foram em pessoas com tumor cerebral, que estavam muito debilitados e do nada melhoravam, mas em seguida morriam.
Existem várias hipóteses que tentam explicar esse fenômeno, como o caso de substâncias neurotransmissoras.
Os especialistas explicam que a febre muito alta em pacientes estado grave pode causar efeitos no cérebro e gerar uma sensação de clareza, que pode trazer a sensação de paz, euforia e conforto à pessoa enferma.
Nesse momento parece que o paciente tem uma grande melhora, mas na verdade ele está com o cérebro sendo bombardeado de substâncias, que ajudam no processo do organismo de combater uma infecção. Essas são alterações que ocorrem próximo da hora da morte.
Outras hipóteses
Outro ponto de vista a destacar durante a “lucidez terminal” são os relatos de pacientes em estado grave que sobrevivem. Muitos relatam certas experiências semelhantes, como visões de ter entrado em um túnel ou sentido coisas incomuns.
A hipótese mais defendida pelos médicos é de que as substâncias tenham causado efeitos no cérebro da pessoa. Contudo, é importante dizer que nada comprova que a experiência de quase morte ou a melhora antes da morte tem haver com o funcionamento do cérebro nesses estados.
O fenômeno pode ocorrer por causa dos neurotransmissores que são bombardeados com o organismo lutando ou pelo acionamento do cérebro que ativa outras áreas ou até mesmo pela febre. Porém, o interessante é que isso não ocorre com todas as pessoas.
De acordo com especialistas são comuns as oscilações de consciência em pacientes com demência em fases iniciais ou moderadas da doença.
Entretanto, os casos ligados a esse fenômeno tratam especificamente de episódios inesperados de lucidez, onde nos mesmos ocorrem comunicação espontâneas de forma significativa em pessoas que já haviam perdido a capacidade de comunicação de forma compreensiva.
Os estudos sobre melhora antes da morte
A maioria dos estudos e relatos sobre o assunto estão concentrados em pacientes com doenças neurodegenerativas, mas existem também estudos em casos de pessoas com certos tipos de tumores, meningite, abscessos no cérebro, doenças pulmonares em estágio avançado, coma ou acidente vascular cerebral (AVC).
Um fato curioso é que a melhora antes da morte nem sempre vem às vésperas do falecimento, algumas pessoas apresentam algumas melhoras de horas e até mesmo de dias antes de morrerem. Mesmo que na maioria das vezes os pacientes melhoram repentinamente, passam por um período com condições físicas em mentais melhores e depois chega a falecer repentinamente.
A atividade cerebral dispara logo antes da morte
Estudos apontam que o córtex cerebral acelera logo antes do óbito. Essa seria a explicação para pessoas que relatam experiências extracorpóreas, como sensação de sair do próprio corpo, entrar num túnel de luzes, encontrar parentes e amigos já falecidos.
Essas são experiências relatadas por pessoas que tem a chamada experiência de quase morte (EQM) e que a ciência não consegue explicar. Contudo, esse mistério pode ter começado a ser desvendado com o estudo impressionante.
Um grupo de médicos monitorou a atividade cerebral de 7 pessoas enquanto elas morriam. Para isso, a equipe usou um aparelho de eletroencefalograma. Todas as pessoas eram pacientes terminais, com idade entre 34 e 74 anos, que sofriam de insuficiência cardíaca, cirrose, falência múltipla dos órgãos, septicemia ou câncer.
Todos os doentes estavam sob efeito de sedativos e estavam sobrevivendo com a ajuda de aparelhos, que foram desligados a pedido das famílias.
A atividade cerebral das pessoas ficava menor, mas nos últimos instantes antes da morte, o córtex cerebral, que é a área responsável pela consciência, disparava, permanecendo de 30 a 180 segundos num nível muito mais alto antes que a pessoa morresse de vez.
Esse fenômeno ocorre porque quando os neurônios ficam sem oxigênio, eles acabam perdendo a sua capacidade de reter energia e começam a disparar em sequência numa espécie de efeito dominó, o que poderia provocar alucinações.
Essas constatações podem explicar as experiências relatadas por pacientes que tiveram experiência de quase morte, mas sobreviveram para contar.
Afinal, a melhora da morte é um mito ou uma verdade?
Esse pode até parecer um mito, mas a melhora antes da morte é um fenômeno que ocorreu com incontáveis pessoas, principalmente, em casos de pacientes terminais, portanto, é verdade, pode acontecer, mas nem sempre acontece.
Sendo assim, esse momento de lucidez antes da morte que mais parece uma oportunidade de despedida, não se trata especificamente de um mito, pois acontece, mas também não existe comprovações cientificas claras que expliquem esse fenômeno.
Tanto que quando uma pessoa recebe um diagnóstico que não irá sobreviver e depois elas nem sempre repentinamente melhoram. Ou, quando isso acontece, é errado pensar que é porque a pessoa vai morrer.
Mas, quando isso acontece, as pessoas da família logo fazem questão de se aproximar da pessoa enferma e aproveitar o máximo possível sua companhia. E isso não é errado, porque provavelmente essa melhora será por tempo determinado, mas isso ao se falar em casos de doenças terminais.
A melhora da morte em tempos de pandemia
Esse assunto sobre a melhora da morte passou a ser mais discutido atualmente por causa da pandemia do novo Coronavírus (Covid-19). Isso poque, com tantas vidas perdidas para essa doença, esse tipo de dúvidas voltam a se fazer presentes na vida das pessoas que estão com alguma parente internado no hospital.
Esse período de pandemia deixa as pessoas vulneráveis de várias formas, tanto de saúde física quanto mental. O emocional das pessoas está muito abalado. Então, quando alguém entra em coma em decorrência do novo Coronavírus, o que nos vêm a cabeça é o pior, principalmente quando a pessoa precisa ser entubada. Com isso, já sabemos que o estado é grave.
Nesse tipo de caso, se a pessoa consegue ter um momento de recuperação depois de contrair esse vírus, a primeira coisa que nos vem a cabeça é que é a melhora antes da morte. Não é nem pessimismo, mas sim uma crença que já está tão enraizada que chega a ser o primeiro pensamento.
Entretanto, deixando as crendices de lado, isso não é verdade e não acontece com todo mundo. O que vale lembrar é que o mais importante é sempre buscar ser positivo em qualquer melhora no estado de saúde de quem amamos.