Conheça o que os especialistas dizem sobre como funciona uma Experiência de Quase Morte (EQM), uma vivência para poucos e que transforma para sempre os sobreviventes.
Todas as populações das quais se tem registro deparam-se com uma questão inevitável e, ao mesmo tempo, impossível de responder com precisão: existe vida após a morte? No entanto, pesquisas científicas envolvendo Experiências de Quase Morte (EQM) avançam, cada vez mais, na discussão do assunto e trazem novas reflexões para o tema!
Alguns daqueles que sobrevivem depois de uma reanimação cardíaca ou respiratória, mesmo tendo sido dados como mortos relatam as visões e sensações que tiveram naquele momento em que estavam em suspensão, entre a vida e a morte.
Os médicos não conseguem explicar o motivo que leva a pessoa que não apresentava atividade cerebral a conseguir acordar e ainda ter memórias sobre o momento em que o corpo estava inativo.
Mas muitos filósofos e, mais recentemente, neurocientistas investigam os casos de EQMs a fim de interpretar essas experiências.
Os resultados das pesquisas são muito controversos e a dúvida que fica parece ter uma explicação inalcançável: as Experiências de Quase Morte significam que existe um plano além-vida em que nossa consciência se mantém ou são simplesmente ilusões?
Acompanhe este artigo e descubra os diferentes pontos de vista científicos acerca da Experiência de Quase Morte e instigue a si mesmo a tirar sua própria conclusão: é possível dar continuidade à vida mesmo depois da morte do nosso corpo material? Existe descarne e reencarnação?
Boa leitura!
Se você gosta de artigos sobre curiosidades, não pode deixar de ler: Maiores cemitérios do mundo: em quais desses você teria coragem de ir?!
Qual a origem histórica da Experiência de Quase Morte(EQM)?
Desde do século IV a.C há registros de Experiência de Quase Morte. Os primeiros estudos sistemáticos sobre o assunto são de autoria do filósofo Platão e podem ser encontrados no Livro X da obra A república.
Apesar de ter espaço garantido entre os estudos filosóficos desde Platão, as Ciências Médicas só deixaram a visão de que o assunto da vida após a morte está no campo das lendas e das crenças nos anos 60.
Ainda assim, não são todos que confiam em ampliar o território da pesquisa para incluir a EQM, de maneira que apenas alguns neurocientistas dão-se ao trabalho de considerar relatos individuais de sujeitos comuns no escopo da investigação.
Foi a partir da publicação do livro Vida Depois da Vida: A Investigação do Fenômeno de Sobrevivência à Morte Corporal (1975), do psiquiatra Raymond Moody, que a neurociência, entre outras áreas da medicina, ampliaram seu campo de visão para desenvolver investigações acerca da Experiência de Quase Morte.
O que é a Experiência de Quase Morte?
Cientificamente, é descrita como as memórias das visões ou sensações vivenciadas por um paciente que, em decorrência de um acidente ou de um mal súbito, é dado como morto, mas, inexplicavelmente, retoma as atividades neurológicas depois de poucos segundos.
Os relatos mais comuns descrevem as seguintes características de EQMs – podendo um mesmo paciente vivenciar uma delas ou mais de uma:
Sensação de paz
A pessoa é acometida por um sentimento de tranquilidade e serenidade, em que as dores desaparecem, assim como todo e qualquer problema ou angústia que ela sentia.
Visão da luz
Depois de retomar a vida, a pessoa descreve ter tido contato com uma luz forte ou com um ser de luz, que, mais que uma energia elétrica, condiz com uma energia sobrenatural.
Projeção astral
Também conhecida como projeção da consciência, é uma experiência em que o sujeito se vê fora do seu corpo.
Ou seja, a consciência/alma desencarna por um determinado período de tempo e em seguida volta a reencarnar, levando à sensação de flutuar para além de seu corpo físico.
Consciência do entorno
Mesmo em situação de morte iminente e com a confirmação médica da inexistência de sinais vitais, o paciente, ao recuperar os sentidos, descreve que, enquanto esteve inconsciente, conseguiu ter a percepção da presença de pessoas e do espaço físico ao seu redor.
Retrospectiva da vida
Situação em que memórias afetivas vêm à tona, fazendo a vida passar diante dos olhos, igual acontece nos filmes.
Contato com seres espirituais
Visão de pessoas queridas que já se foram ou de entidades não-humanas.
Suspensão do tempo/espaço
Os parâmetros de tempo e espaço alteram-se, como se fosse realmente um plano paralelo.
Intensificação dos sentidos
É como se os limites terrenos se ampliassem e as percepções da visão alcançassem 360º, além da surgir uma sensação de pertencimento a um universo muito mais amplo que o mundo material.
Experiência do túnel
Por último, e talvez o mais importante por ser muito recorrente é o fato de que muitas pessoas que viveram a EQM relatam terem visto um túnel com uma luz no final, uma luz que as atrai.
Aqueles que atravessaram o túnel relataram a oportunidade de escolher voltar ao mundo terreno ou permanecer naquele plano alternativo.
Como a Experiência de quase morte(EQM) é tratada no mundo?
Acabamos de apresentar algumas das experiências registradas que servem para tentar caracterizar a EQM.
No entanto, cada vivência é única e é impossível para a ciência determinar um padrão, mesmo porque o objeto de estudo depende totalmente das lembranças que os sobreviventes conseguem recuperar.
Os fenômenos descritos no tópico anterior são os mais frequentemente relatados pelos sobreviventes, estando a experiência do túnel no Top 5.
É importante ter em vista que nem toda Experiência de Quase Morte é positiva, há também relatos de pessoas que sentiram dor ou tiveram visões completamente desagradáveis.
É por isso que os cientistas que estudam a EQM precisam registrar e analisar caso a caso. Moody, por exemplo, para escrever seu livro, explorou 150 relatos de pessoas que viveram o fenômeno.
O livro The Handbook of Near-Death Experiences: Thirty Years of Investigation, de autoria de Holden, Greyson e James, publicado em 2009, estima que há relatos de EQM em 95% das culturas do mundo.
Esse número não pode comprovar que as experiências são reais e não frutos da imaginação de alguém que está à beira da morte e passa por graves alterações neurais, no entanto, expressa que o fenômeno não é uma questão de crença ou religião.
Dessa forma, pessoas de diversas culturas, religiões, classes sociais e quadros de saúde já declararam ter contato com o fenômeno e isso só pode significar uma coisa: não é um fato irrelevante e precisa ser estudado, pois dá indícios de que o mundo material não é a única realidade existente.
O que dizem os céticos?
Há cientistas que exploraram o assunto e que buscam explicações científicas para todos os fenômenos que descrevemos acima.
Dessa forma, eles trazem os dados para o campo científico, limitando a investigação no que é palpável, sem abrir espaço para aquilo que é inexplicável ou que pode ser fruto de um delírio.
Esses pesquisadores, que são impecáveis no que fazem – apesar de céticos, por estarem limitados ao empirismo – classificam os fenômenos da EQM em dois campos: a alucinação e a ilusão.
Neurologistas afirmam que a falta de oxigênio no cérebro durante a reanimação cardíaca causa irritação de algumas áreas do cérebro por conta da instabilidade dos sinais elétricos dos neurônios, levando os pacientes a terem visões fantasiosas.
Se você tem interesse em saber mais sobre os limites entre a vida e a morte, leia também: O que diz a lei sobre a eutanásia?
A EQM como alucinação
A alucinação é quando temos falsas percepções, ou seja, temos a sensação de captar sentidos de visão, olfato, audição, toque ou gosto que não são reais.
Por exemplo, a imagem de ver-se fora do corpo ou a sensação de enxergar o ambiente em uma perspectiva vista de cima seria algo criado pela mente, uma invenção da cabeça do paciente.
A EQM como ilusão
A ilusão é quando temos uma percepção equivocada, ou seja, vemos um objeto e acreditamos estar vendo outra coisa.
Por exemplo, a visão da luz do holofote da sala de cirurgia é percebida como uma luz sobrenatural, ou o som dos aparelhos médicos são percebidos como outra coisa.
A neurociência e a explicação da Experiência de Quase Morte (EQM)?
Nesse sentido, a neurociência entende que essas ilusões ou alucinações são como proteções que nossa mente cria para tornar a situação do estresse físico e neurológico mais suportável.
Assim, diante de uma situação em que a pessoa está sofrendo uma dor profunda e em que o corpo está em condição de quase-morte, o cérebro programa-se para que a experiência da morte seja menos dolorosa, liberando uma grande quantidade de endorfina, o hormônio do prazer que serve como analgésico natural.
Quanto ao fato de que o paciente foi dado como morto e depois, inexplicavelmente, retorna à vida, a explicação dada para isso é de que houve um erro médico no diagnóstico.
Dessa forma, muitos cientistas afirmam que a medição dos sinais vitais foi feita de maneira errada, seja por problemas tecnológicos ou falta de aptidão profissional. Assim, o diagnóstico da morte cerebral foi dado equivocadamente.
Apesar de muitos céticos da vida após a morte preferirem acreditar nessa última conclusão, não há provas de que esses supostos erros médicos ocorreram. Por outro lado, a teoria das alucinações, das ilusões e da liberação de endorfina tem comprovação científica.
Experiências de Quase Morte famosas
Algumas pessoas que viveram uma EQM e sobreviveram para contar são pessoas famosas ou que se tornaram famosas pela ocorrência do fenômeno misterioso.
Assim, selecionamos 3 delas para que você possa pesquisar e conhecer esses relatos para lá de intrigantes. Confira abaixo:
Outro artigo que traz curiosidades e informações incríveis e está disponível em nosso blog é: O que é inumação e como ela funciona?
- O brasileiro Lars Grael
Em 1998, esse velejador profissional participava de uma competição em Vitória, ES, quando uma lancha entrou na área reservada para os velejadores e atingiu Lars de maneira fatal.
O homem perdeu a perna e teve que reinventar-se profissionalmente, mas o que realmente ficou marcado a partir desse acidente foi a Experiência de Quase Morte que vivenciou durante o processo de reanimação.
Ele sofreu duas paradas cardíacas subsequentes e, durante o atendimento, ele relata ter flutuado para fora do corpo e entrado em um estado de profunda paz.
- A atriz Sharon Stone
Essa figura mundialmente conhecida também relata uma EQM que vivenciou em 2001, durante uma cirurgia.
Ela fazia uma intervenção médica por conta de um aneurisma, totalmente desacordada e à base de analgésicos, Sharon sofreu uma hemorragia cerebral.
Ela conta que tinha certeza de que ia morrer e então presenciou a visão de um grande campo de intensa luz branca e então teve contato com a imagem de pessoas de seu convívio pessoal que já estavam falecidas.
- O neurocirurgião Dr. Eben Alexander
O renomado professor de Harvard foi diagnosticado com meningite bacteriana em 2008. Uma doença terminal que o deixou em estado de coma, criando uma situação em que os médicos já não tinham mais expectativas de melhora.
No entanto, inesperadamente, Alexander retomou a consciência semanas depois, alegando ter conhecido o paraíso. Antes do fenômeno o neurocirurgião era ateu, o que torna seu relato ainda mais interessante.
Ele descreve que, durante o coma, viu-se a si mesmo em cima das nuvens e que, acima dele, estavam seres translúcidos e misteriosos flutuando em constante movimento.
Em 2012, ele publicou o livro Proof of Heaven: A Neurosurgeon ‘s Journey into the Afterlife, em que dá detalhes sobre o fenômeno que vivenciou.
Vidas transformadas: impactos da Experiência de Quase Morte (EQM)?
Todos os sobreviventes de uma Experiência de Quase Morte, sem exceção, declaram que tiveram suas vidas transformadas depois do fenômeno. Normalmente, para melhor.
Dentre os impactos da EQM na vida pessoal e social dos sobreviventes estão:
- Desenvolvimento de empatia;
- Superação do medo da morte (ou tanatofobia);
- Ampliação da percepção do mundo;
- Consciência da grandeza do universo;
- Crença em vida após a morte;
- Aproximação com a própria espiritualidade;
- Desenvolvimento de um maior autoconhecimento;
- Sentimento de equidade;
- Aumento do interesse por práticas religiosas.
Outros materiais sobre a Experiência de Quase Morte (EQM)
Além dos livros já citados ao longo do artigo, separamos uma lista de materiais sobre o assunto que podem lhe interessar:
- Série documental Surviving Death, 2021 produzido e disponível no Netflix, baseado no livro de mesmo nome escrito por Leslie Kean em 2017;
- Documentário Life After Dead, 1989;
- Filme Dragonfly, O Mistério da Libélula, 2002;
- Série de ficção The OA, 2016, produzida pela Netflix;
- Filme italiano Tito e gli alieni, 2021;
- Livro Ensinamentos da luz, 1996, escrito por Sandra Rogers;
- Episódio do Globo Repórter de 16/09/2011, intitulado EQM: Experiência de Quase Morte;
- Livro The Big Book of Near-Death Experiences, 2007, escrito por P. M. H. Atwater.
Outro tema que faz parte do mundo das séries é a necropsia, saiba mais em: O que é necropsia, quanto ganha e como se tornar um auxiliar nessa área?
E então, o que você acha?
Existe vida após a morte e há pessoas que, no limiar da vida, conseguem ter contato com uma dimensão paralela?
Ou a Experiência de Quase Morte é um efeito neurológico programado pelo cérebro que causa alucinação, delírio e ilusão?
Ou ainda, quem sabe, as duas opções?
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FICO NA TORCIDA QUE EXISTA VIDA APÓS MORTE E QUE NESSE OUTRO PLANO A GENTE POSSA SE REENCONTRAR COM AS PESSOAS QUE AMAMOS FALECIDAS E UM DJA PODERMOS VIVER DE VERDADE EM PAZ. DIFERENTE DAQUI DA TERRA, ONDE LUTAMOS PRA SOBREVIVER!
Eu pessoalmente a credito mais na 1ª opção.
Eu passei por uma EQM não muito prolongada, há cerca de 10 anos, tendo depois disso, procurado conhecer mais sobre esta Experiêcia,não só pela via da Medicina , como também através da Física Quântica. Não tenho a mínima dúvida, de que as Experiências de Quase Morte ,são REAIS!