O Cemitério Vila Formosa I possui 763.175 m², sendo considerado o maior em toda a América Latina. Está localizado entre os distritos de Carrão e Vila Formosa no endereço Av. Flor de Vila Formosa.
Já foram realizados mais de 1,5 milhão de sepultamentos no local. Além de estar aberto para o público 24h por dia, o cemitério também conta com uma das maiores áreas verdes de São Paulo. O Cemitério Vila Formosa I perde somente para o Parque Anhanguera, Ibirapuera e Parque do Carmo.
Ele também é utilizado para áreas culturais, esportivas e artísticas por causa de sua extensa área verde. Gigantesco e famoso, o Cemitério Vila Formosa I foi alvo de inúmeras reportagens e até teve seu cotidiano comentado em livros.
Localizado na Avenida Flor de Vila Formosa, no bairro da Vila Formosa em São Paulo (SP), sob o CEP: 03366-010
O cemitério em si está aberto das 8h às 18h todos os dias da semana.
Já o velório Vila Formosa I funciona 24h por dia. Sua entrada fica na Av. João XXIII, 2537.
Como chegar?
É fácil chegar até o Cemitério Vila Formosa I. Ele pode ser acessado usando transporte público, tendo pontos de ônibus e terminais de metrô bastante próximos. As linhas 2100-10 e 574J-10 do ônibus chegam até lá, assim como as linhas 15 e 3 do metrô. Ele fica próximo ao Hospital Sagrada Família e ao Hospital Veterinário Popular.
Estacionamento no local
História
O Cemitério Vila Formosa existe há mais de 70 anos, sendo fundado pela prefeitura de São Paulo em 1949. Desde seu princípio ele foi direcionado para as classes menos favorecidas da cidade, especialmente C, D e E.
Sobre o nome
O bairro da Zona Leste paulistana que deu nome ao cemitério já possui mais de 93 anos de história. Antigamente, o bairro fazia parte do Tatuapé, porém com seu crescimento populacional ele ganhou a independência e precisou ser administrado separadamente. Hoje ele é um dos mais importantes e movimentados dessa Zona de São Paulo.
Entre seus muitos chamarizes, a Vila Formosa conta com avenidas amplas e arborizadas, diversas opções de lazer, áreas verdes e o Mercado Municipal de São Paulo. Conhecido popularmente como Mercadão, ele é um dos mais variados e limpos da cidade.
Somente o Mercadão atende cerca de 50 mil consumidores por mês. O bairro da Vila Formosa não para de crescer e possui residências e comércios de classes populares e classe média.
Velório
Como o maior cemitério da América Latina, o Vila Formosa I conta com 24 salas destinadas aos velórios. Isso permite uma grande quantidade de procedimentos fúnebres, o que pode gerar até filas de carros em entradas do cemitério nos dias de maior movimento.
Para trazer mais conforto para família e amigos que participam do velório, o local também conta com banheiros, capela e veículos elétricos para transporte. Os velórios podem durar até 24 horas.
Por que o velório é importante?
O velório é um momento extremamente importante para parentes enlutados. Nesse momento é possível racionalizar a morte e gerar um ambiente de segurança para o luto. Ter pessoas queridas por perto em um ambiente confortável ajuda a suportar os sentimentos de dor e perda.
Especialistas afirmam que a falta de um velório adequado prejudica os familiares. Eles podem ter maior dificuldade para adaptar-se à vida sem o ente querido ou até sofrer mais com a aceitação da morte. As ações simbólicas de despedida são igualmente importantes, não importa a crença.
Por isso, proporcionar um espaço de segurança, como ocorre no Velório Vila Formosa I é tão importante.
Ossário
O cemitério Vila Formosa I fez fama por seu tamanho. Ao todo são cerca de 40 mil sepulturas espalhadas por seu amplo território. Ele também possui ossário próprio, sendo mais exatos, são cerca de 80 mil ossários destinados a ossos que passaram por exumação ao longo do tempo.
As famílias com entes queridos sepultados no Cemitério Vila Formosa I têm a opção de usar um ossário particular ou ossário comunitário. Caso a escolha seja a primeira é necessário pagar uma taxa de locação. Já o ossário comunitário é gratuito.
Nesse caso, os ossos do sepultado são acondicionados em sacos devidamente etiquetados e enterrados. O ossário atual é de difícil manuseio e pode prejudicar a salubridade do trabalho. Por isso, existem planos de instalar um novo ossário comunitário na forma de um container marítimo acondicionado acima do solo.
Existe jazigo disponível?
O Cemitério Vila Formosa I possui diversos jazigos disponíveis. Por sua localização e por ser considerado como uma necrópole “popular” seus valores tendem a ser mais acessíveis que de outros lugares na grande São Paulo.
A locação de 03 anos em quadra geral sai ao redor de R$70, 65, já em quadra geral com gaveta sai R$142,07. Após esse primeiro período existe a opção de remover os restos mortais e transportá-los para um ossário, com custo para locação em um período de cinco anos é de R$47,38.
Pessoas famosas enterradas no cemitério
MC Daleste
Em julho de 2013 o funkeiro MC Daleste foi baleado durante um show no interior de São Paulo, em Campinas. Infelizmente o cantor faleceu e seu corpo foi velado e sepultado no Vila Formosa I, onde hoje fica uma das sepulturas mais conhecidas do lugar.
Nos primeiros dias após a morte a sepultura recebeu algumas homenagens diferentes. Jovens se reuniam ao seu redor para ouvir e dançar funk em honra ao falecido, conforme indicam reportagens da época. Isso não durou muito, mas MC Daleste recebe visitas até hoje.
Aos cinco anos Débora Campo de Oliveira foi assassinada e esquartejada por uma vizinha. A história já é antiga, aconteceu em 1983, mas chocou tanto a população local que a menina é lembrada até hoje. Pouco tempo após seu sepultamento espalhou-se um boato de que ela teria o poder de realizar pedidos.
Principais curiosidades sobre o cemitério
Ditadura militar
Por sua grande extensão estima-se que desaparecidos políticos do período da ditadura militar brasileira tenham sido enterrados no Cemitério Vila Formosa I. Os sepultamentos ocorreriam em valas comuns, impossibilitando familiares e parentes de encontrar o local dos corpos. O espaço teria servido para esse fim até o ano de 1971.
Anualmente, famílias dos desaparecidos políticos se reúnem no cemitério para homenagens. Os mortos eram trazidos em caminhões como indigentes da década de 1960 a 1971, sendo enterrados no enorme cemitério. Identificá-los é uma tarefa quase impossível, mas existem grupos que tentam fazer convênios com a polícia para realizar exames de DNA nos ossos, identificar os mortos e devolver seus restos mortais às famílias.
Enterros durante a crise do novo Coronavírus
O cemitério tem estado ainda mais movimentado durante a crise causada pelo novo COVID-19. Antigamente, o número médio de covas abertas por dia estava ao redor dos 50, um valor que já é elevado quando comparado com outros cemitérios paulistas.
Após o início da crise sanitária causada pelo COVID-19 o cemitério começou a abrir cerca de 100 covas diárias. O número de enterros também não para de aumentar, saltando de 40 para 57 por dia.
As fotos de centenas de valas abertas chegaram a ser estampadas na capa do Washington Post para representar a seriedade da crise sanitária no Brasil.
Futuro parque
A administração da cidade paulista possui planos de transformar o Vila Formosa em uma área de lazer oficial da cidade. Atualmente a população que mora ao redor já utiliza suas áreas verdes para as mais variadas práticas, de soltar pipa a fazer treinos ao ar livre.
Mas a prefeitura quer levar isso além, transformando o Vila Formosa em um dos primeiros cemitérios parques pela capital. A ideia é a aproveitar seu tamanho e algumas nascentes que cortam o local para conseguir esse feito.
Quadra somente para membros amputados
Quando alguém passa por uma amputação não é possível descartar o membro como lixo. Portanto, seu próximo destino será a cremação ou o cemitério. A única diferença é que o membro não recebe um atestado de óbito, mas sim um registro para realizar o enterro.
O Vila Formosa I possui uma quadra dedicada somente para esse tipo de procedimento. Ela fica localizada ao lado da quadra dos indigentes, pessoas que foram enterradas sem nome ou que não possuíam documentos.