A Associação Cemitério Israelita de São Paulo (Chevra Kadisha) foi criada em 1923 e é responsável pela administração dos cemitérios israelitas do Estado de São Paulo. A Chevra Kadisha é composta por quatro cemitérios, sendo dois na capital, um na Vila Mariana e um no Butantã, e os outros dois ficam no município do Embu e em Cubatão, na baixada santista.
A associação também oferece serviços funerários a comunidade judaica. O primeiro campo santo judaico de São Paulo foi inaugurado três anos antes da criação da Associação, o Cemitério israelita da Vila Mariana. Foi quando houve a necessidade de ter uma instituição específica para cuidar do local e dos demais que surgiram depois.
Até então, todos os judeus eram sepultados em cemitérios municipais. Mas alguns imigrantes instalados na capital paulista se mobilizaram na organização política e social de uma comunidade para poder exercer os seus direitos de realizarem seus ritos e tradições de forma livre. Com isso, surgiu a iniciativa de criar um cemitério israelita.
Diferente dos cemitérios brasileiros, os cemitérios israelitas possuem uma regra rígida com relação a remoção de corpos. Depois de enterrado, o corpo de um falecido não pode ser removido sob hipótese alguma, uma vez enterrados os dejetos dos mortos não devem e não podem ser tocados, assim determina as tradições judaicas.
Esse foi o principal argumento presente no manifesto enviado pela comunidade israelita ao então prefeito Washington Luís.
É importante lembrar, nesse contexto, que a imigração judaica para São Paulo foi intensa a partir da década de 1910 e, especialmente, nos anos da Primeira Guerra Mundial (1914 – 1918), sendo constituída principalmente por oriundos do Leste Europeu (Polônia, Rússia, Romênia, Hungria, Ucrânia, Estônia, Lituânia e Bessarábia).Cemitério Israelita da Vila Mariana
Fundado em 1919, o cemitério israelita da Vila Mariana foi o primeiro do estado de São Paulo. O primeiro sepultamento realizado no local aconteceu em 1920, e três anos depois surgiu a Associação Cemitério Israelita de São Paulo – Chevra Kadisha, criada especialmente para administrar o local e cuidar de todos os serviços funerários da comunidade judaica.
O Cemitério Israelita da Vila Mariana já está com sua vida útil esgotada, ou seja, o local é aberto apenas para visitações, pois ele faz parte da história da cidade e abriga um lindo memorial, no lugar da antiga Casa de Tahara (que significa purificação em hebraico), onde os corpos eram preparados para o sepultamento.

Esse belo cemitério israelita fica localizado na Av. Lacerda Franco, nº 2.080 – Cambuci. Um local calmo, tranquilo e de fácil acesso para a realização de visitações.
Os horários de funcionamento do cemitério Israelita da Vila Mariana são de segunda à quinta, das 7h às 16h, na sexta-feira. O local funciona das 7h às 15h. No sábado, o local não abre e no domingo ele fica aberto das 8h às 13h.

Cemitério Israelita de Embu
Inaugurado em 2001, o Cemitério Israelita de Embu, na Grande São Paulo, é o mais novo cemitério da comunidade judaica. Ele foi construído num terreno de 50 alqueires, que engloba um parque de araucárias que constitui uma área de preservação ambiental.
O cemitério conta também com um Museu Aberto, que foi inaugurado em 2006 e abriga várias sepulturas de integrantes da comunidade judaica, que foram enterradas em cemitérios não judaicos.

Cemitério Israelita de Cubatão
Fundado em 1929 pela Associação Beneficente e Religiosa Israelita de Santos, o Cemitério Israelita de Cubatão acabou sendo assumido pela Associação Cemitério Israelita de São Paulo – Chevra Kadisha em 1996. Na época, o local estava em péssimas condições e o Instituto realizou uma restauração e passou a cuidar de toda sua estrutura.
O Conselho de Defesa do Patrimônio Cultural de Cubatão – Condepac tombou o Cemitério Israelita de Cubatão em agosto de 2010 e, hoje, o local é considerado um patrimônio histórico. Foi o primeiro cemitério israelita do país a conseguir tal feito.
Localizado a 62 km da capital, o Cemitério Israelita de Cubatão possui área de apenas 800 metros quadrados anexa ao cemitério municipal da cidade, onde estão guardadas 75 lápides, sendo 20 de homens e 55 de mulheres. O sepultamento mais recente aconteceu em 1966 e o mais antigo em 1924.
Curiosidades
Esse pequeno cemitério tem uma característica muito peculiar, que acaba trazendo mais interesse das pessoas por ele. Muitas das mulheres integrantes da comunidade judaica sepultadas nesse cemitério eram prostitutas, chamadas de “polacas”, antigamente.
Essas mulheres eram imigrantes do Leste Europeu, que vieram ao Brasil em busca de melhores condições de vida e acabavam se instalando na Baixada Santista. Mesmo sendo prostitutas, essas mulheres não deixaram as tradições e os costumes judaicos.

Covid-19
Todas as visitas aos campos santos da Chevra Kadisha estão sendo liberadas apenas mediante agendamento para evitar a aglomeração de pessoas. Todos os visitantes deverão seguir as regras de segurança, que inclui o uso obrigatório de máscaras de proteção e a utilização de álcool em gel.